👨‍👩‍👧🌈 Diário de Aventura de uma Mulher Mãe em Autocaravana

[Lourdes – Meyrin (Suíça)]

Dia 3 – Nada a fazer, simplesmente estar

Para mim é estranho não estar com a mente na próxima conquista… Sou Carneiro ♈️ adoro conquista, o chegar à próxima meta…

Mas o que aconteceu o ano passado (burla + tumor + críticas profundas ao meu trabalho + acusação de queixa crime pela Ordem dos Enfermeiros) quebrou-me… Diminuiu-me o ritmo. De tudo, aquilo que mais me afetou foi a crítica tão dura não só ao meu trabalho como à minha forma de ser. Foi isso que me levou a uma profunda descida às minhas maiores sombras. Descida essa fundamental na Jornada da Heroína (trabalho que aprendi com Élia Gonçalves e Maureen Murdock).

A minha alma entrou numa tristeza profunda. O meu amor pela humanidade, de repente, ficou longe. O meu coração fechou bastante…

E esse amor que sempre foi o meu maior motor… Ao não estar lá, foi desafiante continuar… 

Mas a minha missão é maior que os meus bloqueios e traumas e por isso continuei. 

Continuei porque sei que se para mim estava a ser tão desafiante, de certeza que eu não seria a única… E a minha missão não é colocar o foco em mim e nos meus bloqueios eternamente mas sim SERVIR. Servir a humanidade com a minha verdade, o meu coração, a minha sabedoria.

Esta manhã ao meditar deixei ir algumas camadas de vergonha que ainda estavam por cá… Como se houvessem partes minhas que foram rejeitadas e não tivessem ainda lugar no mundo… Resgatei-as. E dei-me essa benção de que bom que é ser como sou.

Não há ninguém igual a ninguém, porque não apreciarmos quem somos e apoiar-nos assim diferentes mas iguais? 

O meu coração vai curando passo-a-passo, houve já dias em 2023 que senti o meu coração a voltar à pureza, confiança e alegria de antes 🙂 e outros momentos que sinto o coração maior que nunca!!!

A Virgem Maria de Lourdes, a Deusa, lembrou-me uma vez mais que é o coração ferido que nos dá o POTENCIAL de fazê-lo crescer ainda mais. Um coração ferido é um coração aberto 🙂

Já não sinto nem raiva, nem ódio nem culpa por tudo que aconteceu… Agora vem apenas uma leve vergonha e uma prazerosa tristeza que me inunda juntamente com a leveza da aceitação do que foi, do que é e do que será.

Sinto-me mais humilde, mais sábia, mais serena.

Se pudéssemos escolher, acredito que ninguém escolheria passar pela dor… mas quando a atravessamos positivamente, vamos resgatar dons e aumentar o nosso poder.

O diagnóstico do tumor de 6,5cm quase me “matou” no ano passado. Que medo, que terror. Mas depois de meter na cabeça que o ía curar em 3 meses, comprometi-me e continuei a viver. Tantas lágrimas, tantos medos… E no final a notícia que não esperava ouvir…

“Não existe aqui nada!”

Uma cura épica em 3 meses!!!

Como me senti depois? Poderosa, radiante, capaz de tudo nesta vida!! Se me perguntasses antes, não, eu não queria ter um tumor. Se me perguntasses depois da cura, claro que eu queria ter passado pelo processo e resgatar tanto poder e tanta sabedoria!!

Por isso, moral da história do dia…

Passamos pelo que passamos para EVOLUIR.

Não há fuga. Não há volta atrás. Para a frente é o caminho.

MAIOR MEDO:

Eu a chegar a Meyrin e a minha mãe apresentar-me um manjar das deusas e eu:

“Mãe, olha a minha dieta!!”

Não chegou ao estatuto de medo porque fui claramente invadida às 22:30 da noite, depois de 13h30 de viagem, pela rendição absoluta que atravessa todo e qualquer compromisso de alimentação consciente (não me orgulho).

PONTO ALTO:

Ver a minha mãe novamente após 3 meses e ver a alegria da Ária ao reencontrar a avó e o namorado da vovó que ela já chegou a chamar de vovô!! A alegria da Ária é contagiante. Vê-la feliz é ser feliz.

Abraço imenso,

Andreia